1 de out. de 2012

O ópio e seus derivados: riscos, legislação e alerta.

Olá, senhores.

      Aproveitando que a prova do ENEM está próxima, falarei de um assunto recorrente e muito importante para a área de Ciências da Natureza, além de ser um alerta para nós jovens. O tema de hoje explicará as características e os efeitos do ópio e de suas drogas derivadas - morfina, heroína e codeína. Também citarei a legislação sobre entorpecentes no Brasil, que, por sinal, ainda é bastante confusa, e uma mensagem pessoal a vocês. Então vamos lá!

História da papoula:


     A papoula do ópio, o Papaver somniferum, é originária do continente asiático, mas se espalhou desde o extremo sul da África até às áreas geográficas do norte, como Moscou. Também cresce de forma silvestre em outras áreas desde o extremo oriente até os Estados Unidos. Entretanto, basicamente, a maior quantidade provém de três principais áreas do mundo: a conhecida como "Triângulo Dourado" (Laos, Burma e Tailândia); a área conhecida como a "Média Lua Dourada" (Afeganistão, Paquistão e Irã); e o México. Antes mesmo do nascimento de Cristo, algumas das civilizações antigas utilizavam a papoula com fins medicinais e até mesmo por prazer, o que demonstra sua importância histórica e cultural.

Estrutura da Papaver somniferum, a papoula do ópio.

O ópio e seus derivados:


      No início do século XIX, um cientista alemão conseguiu isolar a morfina do ópio, fato que revolucionou o mercado de drogas curativas e, mais tarde, marcou o princípio do uso e abuso de narcóticos, tal qual conhecemos hoje. Inicialmente, o ópio e seus derivados foram tratados como fator de cura para muitas doenças, porém o conhecimento de seus efeitos fármaco-toxicológicos ainda era reduzido. Com isso, o número de viciados aumentou de forma considerável nos países europeus naquela época, devido ao uso contínuo e descontrolado das drogas.

      A invenção da agulha hipodérmica, por volta de 1853, foi considerada um adianto científico de grande importância. Agora era possível administrar a droga diretamente, introduzi-la nos tecidos do organismo humano, obtendo uma ação mais rápida e uma absorção maior. Quanto aos narcóticos, algumas pessoas chegaram a acreditar que a administração da droga, injetando-a, eliminaria alguns dos perigos do vício, que eram consequência de administração oral. 

Plantação da papoula.

       Em 1875, dois químicos ingleses desenvolveram o composto químico conhecido como morfina diacetílica, através da alteração química de seu alcaloide. Assim, na Europa, iniciaram-se estudos para determinar as propriedades fisiológicas deste novo composto e, mais tarde, a empresa química, Friedrich Bayer S.A, chamou o novo narcótico de heroína. A empresa Bayer começou, então, o mercado de heroína com a justificativa de cura para o vício do ópio e a da morfina, e que a mesma não levaria à dependência. Triste engano!

     Posteriormente, a maioria dos países reconheceram a possibilidade de abuso que essas drogas apresentavam e, desde 1912, trataram de estabelecer leis e restrições para o seu controle. No entanto, todos estes esforços alcançaram pouco êxito e, como resultado, os EUA se converteram no maior centro de abuso no mundo. Devido a considerações internacionais e políticas e à falta de controle mudial, vários outros países viram surgir grandes problemas relacionados à heroína, como foi o caso da Alemanha, que publicou estatísticas mostrando a heroína como principal causa de mortes entre a juventude alemã.

      O controle ideal seria, então, a suposta abolição da produção de ópio a nível mundial. Todavia, a demanda legal de narcóticos, especialmente de codeína e morfina, impedem de se alcançar esta meta num futuro próximo. 


Morfina:


       O ópio cru contém aproximadamente 10% de morfina; 0,5% de codeína; 1,5% de tebaína e 1% de papaverina e mais outros 35 alcaloides em pequenas quantidades. A palavra morfina provém da palavra morfeu, o deus grego dos sonhos. O processo de extração da morfina do ópio requer o aquecimento da água à temperatura apropriada e a mescla da mesma com o ópio, além de inúmeros outros processos químicos.

Fórmula estrutural da morfina
  
       A morfina e a codeína produzidas legalmente são drogas necessárias, que estão disponíveis e são usadas amplamente no campo médico, para reduzir fortes dores, acalmar pessoas nervosas, controlar vômitos, resistência às doenças cardíacas e em outros casos.


Heroína:


       A heroína é o narcótico mais usado. Para produzi-la, combina-se partes iguais de morfina e de anidrido acético e as aquece aproximadamente seis horas a uma temperatura exata de 185ºC. A morfina e o ácido se unem quimicamente e se eliminam as impurezas do composto, utilizando água e clorofórmio. Daí, a partir de uma sequência de outros processos especiais, a substância resultante é um pó branco com pureza de 80% ~ 100%.

Fórmula estrutural da diacetilmorfina ou heroína.


     A heroína pode ser usada de quase todas as maneiras imagináveis. Pode ser ingerida oralmente, inalada, injetada ou fumada. Recentemente, investigadores de narcóticos têm descoberto que está se popularizando entre os viciados que têm dinheiro o uso da heroína branca para "baixar" o efeito da cocaína. A heroína fumada também é popular entre os membros do "Jet Set" e as personalidades de Hollywood, que creem viciar menos que as outras drogas.

       O método mais comum é o de injeção. O viciado geralmente começa injetando nas veias e na parte interna do braço e parte posterior da mão. Ao ocorrer maior deteriorização e para ocultar o vício, o usuário utiliza as veias dos pés, chegando às pernas, aos músculos e à virilha. Algumas mulheres injetam abaixo dos seios e outros até extrapolam injetando nas veias do pescoço. Sabe-se de viciados que usam abaixo da língua e ocasionalmente encontra-se os que injetam na veia dorsal do pênis, o que deve tornar a experiência macabra e dolorosa após certo tempo.

Momento exato da injeção de heroína na veia do braço.

       Esta droga é um dos maiores depressores do sistema nervoso central. Imediatamente após o uso, o corpo começa a reagir à heroína e todas as funções do organismo entram em depressão. O viciado sente uma sensação intensa de prazer ou de euforia (descrita frequentemente de clímax sexual), que dura vários minutos e que geralmente se localiza no abdômen. Em quase todos os casos, o viciado experimentará alívio de dor e escape dos problemas pessoas e das responsabilidades. 


Considerações finais: 


     O ópio, de maneira geral, é consumido em quase todo o mundo, muitas vezes em pequenos cachimbos. Por ser base para a extração da morfina, da heroína e de muitas outros entorpecentes, essa substância é considerada uma das maravilhas do mercado de drogas, porém, apresenta seus malefícios e efeitos fisiológicos nocivos ao organismo dos usuários. 

      A maioria dos viciados tem cicatrizes distintivas, abscessos ou úlceras sobre as veias como resultado de repetidas injeções de heroína, administradas sob condições sem higiene e não estéreis. A dependência profunda - física e psicológica - faz com que o indivíduo chegue a uma situação de abandono, além de distúrbios neurológicos e de personalidade, que costumam terminar, em grande parte, em morte por overdose. 

      São famílias, lares, amizades e relacionamentos destruídos por causa das drogas, do vício, da escolha egoísta e precipitada do usuário. O tráfico ou o uso indevido de substâncias e entorpecentes deve ser terminantemente reprimido para todas as classes sociais, seja o indivíduo rico ou pobre. A cultura de certas plantas para fins terapêuticos ou científicos, como é o caso do ópio, só deve ser permitida mediante prévia autorização das autoridades competentes que regulem a legislação do país. 

       Antes que a repressão ocorra, a prevenção deve ocorrer dentro de casa e os pais são os principais responsáveis por isso. Conversar com os filhos; educá-los da forma correta, com ética e respeito ao próximo; e proibir "amizades perigosas" são o principal caminho. A escola, instituição do conhecimento e saber, também tem parte da responsabilidade, com o dever de orientar e conscientizar os alunos sobre os riscos do uso de entorpecentes e substâncias ilícitas, proibindo-o dentro e fora do estabelecimento de ensino.

      Você, meu amigo leitor, não deixe que as drogas acabem com a sua vida. Moro num bairro relativamente "perigoso", onde há áreas de risco. Vejo, dia após dia, colegas de infância, conhecidos e amigos morrendo por causa do envolvimento com o tráfico ou com o uso de entorpecentes. Vidas desperdiçadas, pessoas que eu conheci que não nunca mais voltarão. Mais uma família que chora. Só mais uma estatística. É isso que você, usuário, é para o sistema.

QUEM ESCOLHE O CAMINHO É VOCÊ.
NÃO USE DROGAS! NÃO SE MATE!




Rafael Santana.

Um comentário:

  1. é bom ver gente jovem preocupada em alertar os que os rodeiam:)

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