27 de out. de 2012

Debate entre os candidatos a prefeito de Vitória (2ª turno).


Olá, senhores.

   Como eu estava ausente ontem no horário do debate do G1 entre os candidatos à Prefeitura de Vitória, Luciano Rezende (LR) e Luiz Paulo (LP), assisti ao mesmo só agora.  Creio que esse tenha sido o primeiro debate em que vi LP e LR discutindo diretamente as propostas para a capital, de forma clara e objetiva, deixando de lado a troca de acusações e o baixo nível ideológico, político e, sobretudo, moral.


Análise do candidato Luciano Rezende (PPS):


      LR, na minha opinião, é um "robô". Parece que foi programado para se manter sereno, tranquilo e debater as propostas sem falar na 'piscação de olhos' que me deu agonia. Suas propostas são atrativas, uma vez que se baseiam na gestão participativa, o que é muito importante para o desenvolvimento da cidade; e o que eu apoio bastante.

      Apesar disso, vale lembrar de quem sustenta sua candidatura: o PR, o PP, o PHS, etc. Nomes como Waguinho Ito (um radialista sem experiência política para ser vice-prefeito da capital de um estado como o ES), Nilton Baiano (ficha suja, acusado de corrupção, desvio de dinheiro e irregularidades em contratações de empresas) e o tão querido senador Magno Malta (homofóbico, preconceituoso, verme charlatanista pastor, integrante da atrasada e conservadora bancada religiosa e político de causa única) deixam muito a desejar.

      Sinceramente, não creio que, caso seja eleito, LR venha fazer um governo decente e alheio a essa equipe medíocre e duvidosa.


Análise do candidato Luiz Paulo (PSDB):


      Luiz Paulo insiste em retomar as ideias e projetos de seus antigos mandatos de prefeito da capital, embora agora os desafios sejam mais intensos. Problemas gravíssimos, como ineficiências na mobilidade urbana, na segurança pública, na educação e na saúde, necessitam de controle ou até mesmo solução imediata. Falar que vai 'governar' Vitória com alegria e com espírito não adianta. Tem que organizar uma equipe dedicada e compromissada em resolver os desafios e por em prática um planejamento adequado e uma gestão política de qualidade.

      Em relação a isso eu admiro alguns de seus integrantes, como Haroldo Corrêa, Lelo Coimbra e César Colnago, devido à experiência e à qualidade de gestão já provadas, tanto de nível municipal quanto de nível estadual. LP, na minha opinião, tem sem dúvidas a melhor equipe para administrar a nossa capital e acredito que, caso seja eleito, fará melhor o papel de gestor e empreendedor politico do que caso LR fosse eleito.


Debates passados e o "jogo sujo":


      Em relação aos debates passados, como de costume, a sujeira de ambos os candidatos foi jogada no ventilador, explicitando todos os podres de LR e de LP, o que declarou uma "guerra" nas redes sociais, nos jornais e na TV. Perante tudo isso, embora eu não seja morador de Vitória, resta a dúvida de quem apoiar:

      LR, um candidato de partido com coligações religiosas (sobretudo a desgraça do PR) e com passagens desastrosas e inexpressivas como vereador durante 13 anos e como secretário de Saúde, Educação, Esportes e Lazer do ES e de Vitória, mas com um projeto de governo fundamentado na gestão participativa, enunciando mudanças e inovação na gestão pública, o que de fato Vitória precisa?

      Ou LP, um candidato com 12 anos como prefeito de Vitória (vale lembrar que não foi uma administração desastrosa) e com 8 anos no Governo do Estado; além de possuir equipe e aliados qualificados e com experiência de gestão, apesar de alguns problemas pessoais e polêmicas como uso de drogas, uso incorreto de dinheiro público e por ser "emocionalmente desequilibrado" - segundo o candidato adversário?


Considerações Finais:


      Realmente, a decisão é difícil. Se eu fosse morador da capital, obedecendo e seguindo os meus princípios e ideias, eu não arriscaria a minha confiança num candidato LR que dê oportunidade para fanáticos religiosos e um vice inexperiente controlarem uma capital da grandeza de Vitória, nossa "Ilha do Mel". Portanto, meu voto de confiança seria dado ao candidato Luiz Paulo e ao seu vice, Haroldo Corrêa.

      Seja LP eleito ou até mesmo LR, anseio que a nossa capital passe por um processo de revitalização e de mudança imediata, afundando a ultrapassada e medíocre gestão do atual prefeito, João Coser - o qual patrocina a candidatura de LR.

      Então, amigo leitor e morador de Vitória, o destino da cidade está em suas mãos. Neste dia 28 de outubro, não se esqueça: Vote Consciente! Vote Luiz Paulo, 45!





Rafael Santana.

1 de out. de 2012

O ópio e seus derivados: riscos, legislação e alerta.

Olá, senhores.

      Aproveitando que a prova do ENEM está próxima, falarei de um assunto recorrente e muito importante para a área de Ciências da Natureza, além de ser um alerta para nós jovens. O tema de hoje explicará as características e os efeitos do ópio e de suas drogas derivadas - morfina, heroína e codeína. Também citarei a legislação sobre entorpecentes no Brasil, que, por sinal, ainda é bastante confusa, e uma mensagem pessoal a vocês. Então vamos lá!

História da papoula:


     A papoula do ópio, o Papaver somniferum, é originária do continente asiático, mas se espalhou desde o extremo sul da África até às áreas geográficas do norte, como Moscou. Também cresce de forma silvestre em outras áreas desde o extremo oriente até os Estados Unidos. Entretanto, basicamente, a maior quantidade provém de três principais áreas do mundo: a conhecida como "Triângulo Dourado" (Laos, Burma e Tailândia); a área conhecida como a "Média Lua Dourada" (Afeganistão, Paquistão e Irã); e o México. Antes mesmo do nascimento de Cristo, algumas das civilizações antigas utilizavam a papoula com fins medicinais e até mesmo por prazer, o que demonstra sua importância histórica e cultural.

Estrutura da Papaver somniferum, a papoula do ópio.

O ópio e seus derivados:


      No início do século XIX, um cientista alemão conseguiu isolar a morfina do ópio, fato que revolucionou o mercado de drogas curativas e, mais tarde, marcou o princípio do uso e abuso de narcóticos, tal qual conhecemos hoje. Inicialmente, o ópio e seus derivados foram tratados como fator de cura para muitas doenças, porém o conhecimento de seus efeitos fármaco-toxicológicos ainda era reduzido. Com isso, o número de viciados aumentou de forma considerável nos países europeus naquela época, devido ao uso contínuo e descontrolado das drogas.

      A invenção da agulha hipodérmica, por volta de 1853, foi considerada um adianto científico de grande importância. Agora era possível administrar a droga diretamente, introduzi-la nos tecidos do organismo humano, obtendo uma ação mais rápida e uma absorção maior. Quanto aos narcóticos, algumas pessoas chegaram a acreditar que a administração da droga, injetando-a, eliminaria alguns dos perigos do vício, que eram consequência de administração oral. 

Plantação da papoula.

       Em 1875, dois químicos ingleses desenvolveram o composto químico conhecido como morfina diacetílica, através da alteração química de seu alcaloide. Assim, na Europa, iniciaram-se estudos para determinar as propriedades fisiológicas deste novo composto e, mais tarde, a empresa química, Friedrich Bayer S.A, chamou o novo narcótico de heroína. A empresa Bayer começou, então, o mercado de heroína com a justificativa de cura para o vício do ópio e a da morfina, e que a mesma não levaria à dependência. Triste engano!

     Posteriormente, a maioria dos países reconheceram a possibilidade de abuso que essas drogas apresentavam e, desde 1912, trataram de estabelecer leis e restrições para o seu controle. No entanto, todos estes esforços alcançaram pouco êxito e, como resultado, os EUA se converteram no maior centro de abuso no mundo. Devido a considerações internacionais e políticas e à falta de controle mudial, vários outros países viram surgir grandes problemas relacionados à heroína, como foi o caso da Alemanha, que publicou estatísticas mostrando a heroína como principal causa de mortes entre a juventude alemã.

      O controle ideal seria, então, a suposta abolição da produção de ópio a nível mundial. Todavia, a demanda legal de narcóticos, especialmente de codeína e morfina, impedem de se alcançar esta meta num futuro próximo. 


Morfina:


       O ópio cru contém aproximadamente 10% de morfina; 0,5% de codeína; 1,5% de tebaína e 1% de papaverina e mais outros 35 alcaloides em pequenas quantidades. A palavra morfina provém da palavra morfeu, o deus grego dos sonhos. O processo de extração da morfina do ópio requer o aquecimento da água à temperatura apropriada e a mescla da mesma com o ópio, além de inúmeros outros processos químicos.

Fórmula estrutural da morfina
  
       A morfina e a codeína produzidas legalmente são drogas necessárias, que estão disponíveis e são usadas amplamente no campo médico, para reduzir fortes dores, acalmar pessoas nervosas, controlar vômitos, resistência às doenças cardíacas e em outros casos.


Heroína:


       A heroína é o narcótico mais usado. Para produzi-la, combina-se partes iguais de morfina e de anidrido acético e as aquece aproximadamente seis horas a uma temperatura exata de 185ºC. A morfina e o ácido se unem quimicamente e se eliminam as impurezas do composto, utilizando água e clorofórmio. Daí, a partir de uma sequência de outros processos especiais, a substância resultante é um pó branco com pureza de 80% ~ 100%.

Fórmula estrutural da diacetilmorfina ou heroína.


     A heroína pode ser usada de quase todas as maneiras imagináveis. Pode ser ingerida oralmente, inalada, injetada ou fumada. Recentemente, investigadores de narcóticos têm descoberto que está se popularizando entre os viciados que têm dinheiro o uso da heroína branca para "baixar" o efeito da cocaína. A heroína fumada também é popular entre os membros do "Jet Set" e as personalidades de Hollywood, que creem viciar menos que as outras drogas.

       O método mais comum é o de injeção. O viciado geralmente começa injetando nas veias e na parte interna do braço e parte posterior da mão. Ao ocorrer maior deteriorização e para ocultar o vício, o usuário utiliza as veias dos pés, chegando às pernas, aos músculos e à virilha. Algumas mulheres injetam abaixo dos seios e outros até extrapolam injetando nas veias do pescoço. Sabe-se de viciados que usam abaixo da língua e ocasionalmente encontra-se os que injetam na veia dorsal do pênis, o que deve tornar a experiência macabra e dolorosa após certo tempo.

Momento exato da injeção de heroína na veia do braço.

       Esta droga é um dos maiores depressores do sistema nervoso central. Imediatamente após o uso, o corpo começa a reagir à heroína e todas as funções do organismo entram em depressão. O viciado sente uma sensação intensa de prazer ou de euforia (descrita frequentemente de clímax sexual), que dura vários minutos e que geralmente se localiza no abdômen. Em quase todos os casos, o viciado experimentará alívio de dor e escape dos problemas pessoas e das responsabilidades. 


Considerações finais: 


     O ópio, de maneira geral, é consumido em quase todo o mundo, muitas vezes em pequenos cachimbos. Por ser base para a extração da morfina, da heroína e de muitas outros entorpecentes, essa substância é considerada uma das maravilhas do mercado de drogas, porém, apresenta seus malefícios e efeitos fisiológicos nocivos ao organismo dos usuários. 

      A maioria dos viciados tem cicatrizes distintivas, abscessos ou úlceras sobre as veias como resultado de repetidas injeções de heroína, administradas sob condições sem higiene e não estéreis. A dependência profunda - física e psicológica - faz com que o indivíduo chegue a uma situação de abandono, além de distúrbios neurológicos e de personalidade, que costumam terminar, em grande parte, em morte por overdose. 

      São famílias, lares, amizades e relacionamentos destruídos por causa das drogas, do vício, da escolha egoísta e precipitada do usuário. O tráfico ou o uso indevido de substâncias e entorpecentes deve ser terminantemente reprimido para todas as classes sociais, seja o indivíduo rico ou pobre. A cultura de certas plantas para fins terapêuticos ou científicos, como é o caso do ópio, só deve ser permitida mediante prévia autorização das autoridades competentes que regulem a legislação do país. 

       Antes que a repressão ocorra, a prevenção deve ocorrer dentro de casa e os pais são os principais responsáveis por isso. Conversar com os filhos; educá-los da forma correta, com ética e respeito ao próximo; e proibir "amizades perigosas" são o principal caminho. A escola, instituição do conhecimento e saber, também tem parte da responsabilidade, com o dever de orientar e conscientizar os alunos sobre os riscos do uso de entorpecentes e substâncias ilícitas, proibindo-o dentro e fora do estabelecimento de ensino.

      Você, meu amigo leitor, não deixe que as drogas acabem com a sua vida. Moro num bairro relativamente "perigoso", onde há áreas de risco. Vejo, dia após dia, colegas de infância, conhecidos e amigos morrendo por causa do envolvimento com o tráfico ou com o uso de entorpecentes. Vidas desperdiçadas, pessoas que eu conheci que não nunca mais voltarão. Mais uma família que chora. Só mais uma estatística. É isso que você, usuário, é para o sistema.

QUEM ESCOLHE O CAMINHO É VOCÊ.
NÃO USE DROGAS! NÃO SE MATE!




Rafael Santana.

30 de set. de 2012

Dedekind e os Números Reais


Olá, senhores.

      Estrearei no blog agora um quadro sobre curiosidades diversas, a fim de variar um pouco os assuntos aqui discutidos. E o tema de hoje trata da vida e dos trabalhos de Richard Dedekind, matemático alemão, o qual  "conheci" a partir da leitura da série de livros do engenheiro e professor, Gelson Iezzi, e que já havia publicado no meu antigo blog. Sendo assim, gostaria de compartilhar estas informações com vocês. Vale a pena. Vamos lá!


A Matemática dos gregos ao século XIX:


      A escola pitagórica provou que √2 não é um número racional. Mas nem por isso descobriu os números irracionais. E como os gregos de então, ao contrário de babilônios e egípcios, não eram de se contentar com aproximações, desprovidas de significado teórico, enveredaram pela geometria para superar esse impasse.     Assim, os gregos do período clássico, ao resolverem a equação x² = 2, por exemplo, faziam-no geometricamente, fornecendo a raiz positiva como um segmento de reta. E se hoje dizemos “x ao quadrado” para indicar x², isso se deve a que os gregos associavam um produto de fatores iguais à figura de um quadrado. Coisa análoga vale para x³.
      
      Mas a ciência aplicada não pode prescindir da matemática numérica. De modo que já no período alexandrino, quando a matemática grega se abriu para as aplicações, não lhe restou senão imitar a atitude de egípcios e babilônicos com relação aos números irracionais, pois ainda demoraria muito até que a natureza destes fosse decifrada.

      Assim é que até a primeira metade do século XIX o conceito de numero irracional não havia ainda sido elucidado e o conjunto dos números reais carecia de fundamentação lógica. A substituição da intuição geométrica pelos números, como base da analise matemática, foi a grande motivação, no século XIX, para as tentativas de pôr em pratos limpos a questão dos números reais. E entre os matemáticos com papel decisivo nessa empreitada figura Richard Dedekind.


Fonte: http://www.biblio.tu-bs.de



Vida e legados de Richard Dedekind:


      Dedekind nasceu na Alemanha, em Brunswick, também cidade natal de Gauss. Mas, ao contrário deste, seu extraordinário gênio matemático não aflorou precocemente. Na Universidade de Göttingen, em que ingressou aos 19 anos de idade, Dedekind iria ter a oportunidade de ser aluno de seu conterrâneo. E o mesmo Gauss, em 1852, teve ocasião de dar parecer favorável à tese de doutoramento de Dedekind. Depois de trabalhar quatro anos em Göttingen como instrutor e seis anos como professor na Escola Politécnica de Zurique, Dedekind foi contratado pela Escola Técnica Superior de sua cidade natal, onde permaneceu até a morte.

      São inúmeras as contribuições de Dedekind à Matemática. Mas seu nome provavelmente é mais lembrado por dois importantes conceitos: o de ideal, um dos mais fecundos hoje em dia em todos os campos da matemática; e o de corte, através do qual caracterizou, num livro de 1872, os números reais. Como professor de Cálculo, já a partir de 1858, sentiu mais diretamente a falta de um embasamento teórico para o sistema dos números reais. Exemplificava dizendo não haver uma demonstração sequer para coisas corriqueiras como √2. √3 = √6. E a questão central era como esclarecer a ideia de continuidade. 

      Depois de meditar muito, não sem buscar inspiração em Eudóxio, Dedekind abraçou a ideia de que se poderia chegar ao conceito de continuidade através de convenientes partições em Q. E definiu um corte em Q como uma partição deste conjunto num par (A,B) de subconjuntos não vazios tais que todo elemento do primeiro é menor que todo elemento do segundo. Por exemplo, para cada acada a∈Q está associado o corte racional (A,B) definido por a em que A = {x∈Q/ x ≤ a} e B = {x∈Q/ x > a}. Mas não vale a recíproca: há cortes racionais.

      Dedekind mostrou como operar com esses cortes e como compará-los. Desse modo cada corte passa a representar formalmente um número real e o conjunto desses cortes pode ser visto como o conjunto dos números reais. Por exemplo, o corte (A,B) do exemplo representa o número racional a; os cortes não racionais são os números irracionais da teoria de Dedekind.

      Os mais de 2000 anos decorridos desde o inicio até o fim desta historia dão bem uma ideia da magnitude do passo dado por Dedekind.


Fonte: Fundamentos de Matemática Elementar, 1. Páginas 183,184. Gelson Iezzi, Carlos Murakami. - 7. ed. - São Paulo: Atual, 1993. 


      Obrigado pela leitura e espero que vocês tenham gostado. Em breve, postarei mais curiosidades matemáticas e científicas no Blog. Um abraço!




Rafael Santana.


28 de set. de 2012

Brasil: o país do futuro ... do pretérito!

Olá, senhores.

      Na madrugada desta sexta-feira decidi ler alguns livros e revistas referentes à formação do Estado e  às instituições políticas brasileiras. Como o assunto é interessante e estamos em época de eleição, achei relevante fazer um texto retratando, brevemente, alguns pontos sobre teorias políticas, corrupção e a indiferença do cidadão brasileiro quando se fala em votar. De forma histórica e superficial, farei uma breve análise política a partir dos tempos clássicos até os dias atuais. Divirtam-se!

Conceitos fundamentais:


      Bem, falar deste assunto sem retomar seu conceito histórico significa negligenciar o total entendimento de todo um processo complexo e pertinente. O significado do termo "política" advêm de pólis (polítikos), que significa tudo o que se refere à cidade, isto é, aquilo que é urbano, público, civil e social. Desde a Antiguidade Clássica esse termo é utilizado para designar o estudo da esfera de atividades humanas referentes às propostas de um Estado. Porém, com o decorrer da história humana, o termo foi gradativamente substituído por expressões como "ciência do Estado", "doutrina do Estado", "filosofia política", entre outros, apesar de sempre indicar, de alguma maneira, a referência original de pólis.

      É importante tomar cuidado ao diferenciar "poder" de "poder político", uma vez que o termo "poder" define-se como uma relação entre dois sujeitos, na qual um impõe ao outro a própria vontade, determinando-lhe certo domínio. Já o "poder político" consiste apenas no poder do homem sobre o homem, como, por exemplo, na relação entre governantes e governados, entre soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos, como indicavam as teorias contratualistas modernas, encabeçadas por Jean-Jacques Rousseau e outros pensadores da Idade Moderna. Todavia, é claro que, na prática, tal relação não ocorre de forma harmônica e condizente com o desejado.

      A teoria política antiga (clássica) voltava-se para a centralização da sociedade no discurso político, no qual as virtudes eram privilegiadas; o que não se observa na teoria política moderna tal qual conhecemos, já que a atenção dos nossos representantes volta-se para seus interesses pessoais, distanciando-se cada vez mais do ideário coletivo e igualitário. Vale lembrar que a democracia dos amigos gregos e romanos era direta, ou seja, cada cidadão exercia o poder democrático de forma própria sem representante, em que o mesmo elaborava, administrava e executava as leis; diferente da nossa, que é uma democracia representativa, na qual o povo elege os seus representantes, que passam a agir em seu nome para conduzir o estado democrático. Sem dúvidas, se eu pudesse escolher entre esses dois tipos, para TENTAR buscar uma solução, eu escolheria o "velho modo clássico"; pois, quem sabe, haveria mais participação popular no âmbito eleitoral.

Oportunismo: o retrato da política no Brasil.


      No nosso país, infelizmente, o que se observa é a vontade do indivíduo em entrar nos assuntos públicos para fazer "carreira política", partindo do pressuposto de que, para ele, a política seja usada exclusivamente como uma ajuda financeira, para melhorar sua qualidade de vida, praticar o nepotismo e ignorar as reais necessidades de todos. Daí surge a questão: por que é tão difícil mudar? Tentarei esclarecer o motivo de nossa frustração.

      Segundo o filósofo político, Norberto Bobbio, o governo se utiliza de instrumentos pelos quais se exerce força física. Seu caráter é predominantemente coator, isto é, mantêm-se uma relação clara entre fortes e fracos e/ou superiores e inferiores. É óbvio que não se pode esquecer do aliado "número 1" do governo: a mídia! Como diria Learned Hand, um filósofo americano que admiro: "a mão que governa o jornal, o rádio, a tela e a revista disseminada ao longe, governa o país". O exemplo mais claro disso é a Rede Globo de Televisão, que, ao longo de sua existência, sempre utilizou seu poderio midiático para influenciar decisões políticos, esquemas de corrupções, criar heróis e vilões, entre outros. Resumindo: a mídia alimenta o sistema.

      No meu ponto de vista, o Brasil é um país bom com pessoas más. Se já começamos errado desde a chegada dos primeiros portugueses, há a possibilidade de uma luz no fim do túnel? Sim, há! Esse quadro de descrença e desilusão com a política por parte dos brasileiros, em que o governo falha e os eleitores ficam frustados, elucida a ideia de que os verdadeiros culpados por tudo isso somos nós. E explicarei o porquê.

      A política é uma atividade inerente a cada cidadão e, portanto, renegando-a estaremos abrindo mão da nossa condição humana. Aquela deve ser concebida como a articulação, o diálogo, a negociação a participação, o compartilhamento de decisões e a emancipação, por isso continuamos indo às urnas, ano após ano, mesmo de forma quase inconsciente, na esperança de haver uma solução para os nossos problemas. E nem preciso falar dos malditos benditos que vendem o voto, que agem de má fé ou que decidem se candidatar a um cargo público pensando unicamente em si. 

      Não adianta chamar um político de corrupto, sanguessuga, trapaceiro, entre outros, sendo que eles estão lá por causa do nosso voto. A "turma do mal" - culta, inteligente e espalhadora de virais na Internet -, a que acha que votando nulo impedirá a entrada dos maus políticos, está completamente enganada. Se anular uma eleição, ocorrerá outra, é óbvio! Ou você acha que um país "sobrevive" sem ninguém no comando? Quem vai tomar conta? Sinto cheiro de "anarquismo"? Faça-me o favor! Voto nulo não resolve o problema. Só arruma outro! O que resolve de verdade é o voto consciente; o voto de cidadãos que pesquisam os seus candidatos, que não vendem o voto, que participam ativamente do cenário político do seu país.

Considerações finais:


      Citando e argumentando a partir de uma máxima, de Bertolt Brecht: 
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

Lembre-se sempre disto! 


      Portanto, digníssimo leitor, o futuro está em nossas mãos, cabendo a nós decidir se ele será bom ou ruim. Pense nisso!




Rafael Santana.

27 de set. de 2012

Heróis da Ciência: Marie Curie


Olá, senhores.

      Iniciarei agora uma série de homenagens às pessoas que mais contribuíram para o avanço da ciência e da tecnologia; os nossos verdadeiros heróis. E a escolhida de hoje é ninguém menos que Maria Sklodowska, mais conhecida como Marie Curie. Então vamos lá!


Vida e formação acadêmica: 


      Marie Curie nasceu no dia 07 de novembro de 1867, em Varsóvia, capital da Polônia. Iniciou seus estudos com o pai, professor de matemática e física. Já demonstrando ser uma filha prodigiosa e inteligente, terminou o secundário no Liceu Russo e viu seu pai perder muito dinheiro com investimentos falidos. Assim, para levantar dinheiro, viu-se forçada a lecionar na universidade pública e se empregar como governanta para financiar a educação da irmã e seus próprios estudos em Paris. 

Marie Curie: "a Mãe da Química"

      A princípio, licenciou-se em Ciências Matemáticas e Física em Sorbonne, onde conheceu o professor de Física, Pierre Curie, com quem se casou em 1895. Trabalhando em equipe, no laboratório dos notáveis cientistas Paul Appel e Gabriel Lippmann, Marie e Pierre descobriram o polônio e, em 1898, o rádio. Eles foram os primeiros a trabalhar com o termo "radioatividade" e pioneiros em seu estudo, demonstrando o processo pelo qual o núcleo atômico de um átomo instável perde energia emitindo partículas ionizadas.

Pierre Curie (1859-1906)

      Pierre Curie, acompanhado de um estudante, foi um dos primeiros a descobrir a energia nuclear, ao identificar a produção contínua de calor das partículas do rádio. Ele também investigou as emissões de radiação das substâncias e conseguiu demonstrar, através de campos magnéticos, que as emissões apresentavam carga positiva, negativa ou que eram neutras, correspondendo assim às partículas alfa, beta e radiações gama, conforme conhecemos hoje. 

Processo conhecido como Radioatividade.


Reconhecimento e morte:


      Em 1903, doutorou-se em Ciência e, junto a seu marido e Becquerel, recebeu o prêmio Nobel da Física devido aos seus extraordinários serviços obtidos por investigações conjuntas sobre os fenômenos radioativos. Com isso, Marie Curie foi a primeira mulher a receber tal prêmio, fato que aumentou sua fama e poder de influência no meio científico.  

      Após a morte de Pierre, ocorrida em 1906, Marie assumiu o posto de professora de Física Geral na Faculdade de Ciências de Sorbonne, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal cargo. Em 1910, publicou um tratado fundamental sobre radioatividade e, no ano seguinte, ganhou o segundo prêmio nobel, agora em Química, em reconhecimento de seus serviços ao avanço da química pela descoberta dos elementos rádio e polônio, pelo isolamento do rádio e o estudo da natureza e dos compostos deste notável elemento. 

      Seu trabalho chamou bastante atenção no meio científico global, o que proporcionou à Marie duas turnês mundiais com suas filhas Irène e Eve Curie, ambas cientistas, para angariar fundos para seu trabalho. Também deu diversas palestras durante as viagens, ensinando inclusive no Brasil, e desenvolveu a Fundação Curie, em Paris. Infelizmente, por trabalhar durante toda sua vida com substâncias radioativas, cujos perigos letais ainda não eram conhecidos, foi vítima de leucemia e morreu aos 66 anos, em 1934, em Passy, na França.


Legados, Curiosidades e Considerações Finais:


      Apesar de ter sido a única pessoa a receber dois prêmios Nobel na área científica, Marie Curie teve sua entrada na Academia Francesa de Ciências recusada. Por causa do machismo na instituição, a entrada de um membro feminino só foi permitida em 1962, com Marguerite Perey. Porém, nem por isso deixou de ser reconhecida pelo seu trabalho. 

      Em 1995, tornou-se a primeira mulher sepultada no Panteão de Paris - prédio que serve como um memorial aos grandes homens lá enterrados, como Voltaire, Victor Hugo e René Descartes -  apenas por méritos próprios. 

Panteão em Paris: memorial aos heróis da história francesa.

      Em 2009,  foi eleita a mulher mais inspiradora da ciência numa pesquisa da revista New Scientist e três minerais radioativos foram nomeados em sua homenagem: curita, sklodowskita e cuprosklodowskita. Marie Curie foi, sem dúvidas, um nome que revolucionou a história humana e está na lista dos "Heróis da Ciência", merecendo esta minha humilde homenagem.
   



Rafael Santana.

Futebol Americano: regras e apresentação

Olá, senhores.

      Como fã de Futebol Americano e telespectador ativo dos canais ESPN e Esporte Interativo, que transmitem a NFL (National Footbal League / Liga Nacional de Futebol Americano), sinto o desejo - e o dever - de apresentar a vocês um pouco sobre este esporte fantástico e emocionante. Selecionei fontes de manuais da Federação Brasileira de Football e tutoriais da própria NFL, a fim de simplificar as regras e lhes mostrar a beleza do Futebol Americano. Apertem os cintos!   


Pontuação, campo e tempo de jogo:


      Cada equipe é composta por 11 jogadores, totalizando 22 jogadores em campo. Basicamente, cada um quer ganhar terreno suficiente para marcar um "touchdown" (lance de 6 pontos em que a bola é conduzida até o solo atrás da linha do gol do adversário) ou um "field goal" (lance de três pontos no qual a bola passa sobre a barra horizontal e entre os postes da trave). O objetivo da partida é claro: fazer o máximo de pontos e conquistar a vitória.
  
       O campo de football é retangular, feito de grama, com 120 jardas (aproximadamente 110 m) de comprimento por 53 ⅓ jardas (aproximadamente 49 m) de largura. Em cada extremo há uma linha final e paralela denominada linha de gol, com 10 jardas, determinando a chamada endzone.  Assim, sendo 2 linhas de gol, o campo fica separado por 10 faixas de 10 jardas cada, totalizando as 100 jardas de distância. No centro de cada linha de gol há um conjunto de traves em forma de Y, que serve como forma de pontuação especial: o field goal.


      A duração de uma partida de football é de 60 min, dividida em dois tempos separados por um intervalo. Cada tempo tem 15 min e ocorre a mudança de lado por parte das equipes no fim do primeiro e terceiro quartos. Porém, geralmente o jogo dura entre 3 e 4 horas devido a algumas paralisações e advertências.

Arbitragem e a bola:

   
      Cada time tem oportunidades de avançar a bola para cruzar a linha de gol adversária correndo, lançando ou chutando a bola. A partida ocorre sob a supervisão de quatro, cinco, seis ou sete árbitros: um referee, um umpire, um linesman, um line judge, um back judge, um field judge e um side judge. O uso do back judge, field judge e side judge é opcional.

      Semelhante à bola de futebol, o principal equipamento de um jogo de Futebol Americano é a bola oval. A bola oficial da NFL (National Football League) é feita à mão pela Wilson e é uma esfera alongada de 27,9 a 29,2 cm de comprimento. Ela tem uma circunferência de 72,4 cm de comprimento e outra de 54,6 cm de largura no meio da bola. Seu peso varia entre 397 a 425 gramas.

Como sou torcedor do Green Bay Packers, aqui vai a minha homenagem :)

Os jogadores:

      
      Para entender a escalação de um time é preciso analisar três equipes dentro de uma: o ataque, a defesa e os times especiais. 

Posicionamento tático no Football


      O ataque deve seguir em direção à endzone do campo adversário, passando a bola à frente. Para isso, o atacante pode lançar a bola para outro ou segurá-la e correr para frente. O lançador de um time é o Quarterback (QB), que passa a bola para os Receivers (WR/LTE/RTE) ou para o Running Back (RB). Além disso, a linha de ataque é composta por Center, Guards e Tackles.

      Já a defesa é organizada pela parte do time que tenta bloquear o QB adversário antes que ele lance ou passe a bola. Do mesmo modo, eles também tentam impedir a passagem dos RB. Assim, a linha de defesa é composta por Ends, Tackle , Linebackers, Cornerbacks e Safeties. 

      A equipe especial é acionada caso precise chutar a bola, formando uma unidade do time. Essa unidade é composta por chutadores, a linha de ataque e aqueles que correm pelo campo para bloquear um returner (Placekicker, Punter e Returner). 

UFC at the Texas goal line.

Considerações finais:

      

      O jogo é muito tático e as estratégias de jogada são variadas e complexas. Tentar explicá-las aqui seria perda de tempo, já que eu precisaria estudar mais a fundo as regras e os infinitos manuais referentes ao Football.

      Repleto de emoção e um show de imagens e jogadas, o Futebol Americano é um esporte que cresce cada vez mais no Brasil e já tem até torneios estaduais e nacionais. Aconselho aos amigos que se interessaram pela beleza do esporte a pesquisarem o site da federação brasileira e aprenderem mais sobre este esporte maravilhoso. Além disso, vocês podem acompanhar a transmissão dos jogos todas as segundas, quintas e domingos, na ESPN ou no Esporte Interativo. Portanto, aproveitem!      

      E é claro, eu não poderia deixar de dizer: GO PACKERS !!!

Links interessantes:
Associação de Futebol Americano do Brasil: AFAB
Liga Brasileira de Futebol Americano: LFBA
National Football League: NFL
Cobertura da NFL pela ESPN: ESPN Brasil e ESPN +
Cobertura da NFL pelo Esporte Interativo: EI
Manual de Regras do Futebol Americano para o Brasil: pdf.





Rafael Santana.

26 de set. de 2012

Padroado às avessas: o atual cenário eleitoral brasileiro.

Olá, senhores. 

      Em meio a tantas bizarrices nestas eleições, seria um total desrespeito se eu não fizesse um breve comentário referente aos candidatos a vereador e a prefeito das principais capitais do país. E, infelizmente, foi-se o tempo em que nos indignávamos só com os nomes e com as propostas absurdas dos prezados candidatos. Hoje, um fator maior me preocupa sobremaneira: a influência religiosa nas decisões políticas. "Ih, lá vem, ele vai falar de religião". Calma, meus digníssimos, aqui o meu objetivo é outro.

     Assistir ao horário reservado à propaganda eleitoral gratuita - Lei 9504/97, que de gratuita não tem nada: http://migre.me/aSrut , rende boas gargalhadas e até mesmo certa indignação, o que não era para acontecer, já que estes programas são o nosso contato direto com o candidato, isto é, a forma de nos aproximarmos das suas propostas de mandato e intenções de governo. O que tenho observado em alguns programas eleitorais do Espírito Santo e, sobretudo, de São Paulo é o crescimento vertiginoso de candidatos religiosos ou apoiados por líderes religiosos - Edir Macedo, Valdemiro Santigo, missionário RR Soares, pastor Silas Malafaia e alguns padres católicos. 

Fonte:  http://www.adital.com.br/

      Conforme o artigo 1ª da Constituição Federal: "todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" e a máxima do sufrágio universal, em que todos os cidadãos têm o direito (capacidade eleitoral ativa) de votar e o de serem votados (capacidade eleitoral passiva); deixo claro que o meu papel aqui não é de criticar a liberdade individual de cada cidadão em votar ou ser votado, mas sim de alertar os riscos consideráveis de se envolver instituições religiosas no processo político. Segundo o teólogo Marcello Fontes, a indicação de candidatos por líderes religiosos preocupa, pois coloca em risco a legitimidade do estado democrático por direito que, infelizmente, ainda é frágil como laico, além de ser prejudicial à sociedade.

      A partir do momento em que isso ocorre, há a ruptura do respeito por todas as manifestações religiosas, já que certos grupos são privilegiados em detrimento de outros. E lógico, creio que ninguém aqui quer o Brasil como um "Estado Teocrático". Já bastam o Vaticano e o Irã, dois extremos que se resumem na mesma ideologia maliciosa e deturpadora de dízimo mentes.

      Fontes do IBGE mostram que a Igreja Católica concentra a maioria dos religiosos do país, com cerca de 65% da população; seguida pelos evangélicos, com 22%; e os 13% restantes referentes aos sem religião, espíritas, entre outros; demonstrando que são notórias as influências católica e evangélica no meio social. Já esclareço que sou terminantemente contra à proibição religiosa sobre o uso de métodos contraceptivos, o estudo de células-tronco e o aborto; e explicarei os motivos em outro post para não extrapolar o tema proposto. E não há como negar tal interferência ideológica, pois basta lembrarmos do episódio envolvendo a então presidente, Dilma Rousseff, a respeito da prática do aborto, fato que levou muitos religiosos a se incluírem na disputa.

      Um exemplo trágico e vergonhoso disso é o caso do candidato à prefeitura da cidade de SP, Celso Russomanno, do PRB - partido cujo presidente é o pastor Marcos Pereira (bispo da IURD), defensor do 'kit gay' nas escolas públicas de ensino fundamental. Sendo assim, vamos ser sinceros amigos: caso seja eleito - o que é muito provável, já que  o mesmo é líder nas pesquisas -, Russomanno negará as alianças com a IURD e os episódios de sua vida pregressa e agirá em seu mandato de acordo com a neutralidade do Estado Laico, sem puxar sardinhas para os "petralhas" evangélicos da Igreja Universal? Jamais!
   
Fonte: Yahoo Brasil
   
      Um outro caso que quero tratar com vocês refere-se à indicação e ao apoio da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) a candidaturas de vereadores e prefeitos no Brasil. Recentemente, uma amiga assistia a uma missa de domingo, na Igreja Católica Cristo Redentor / Bairro República, quando de repente um candidato, apoiado obviamente pelos clérigos da instituição, interrompeu a celebração religiosa para divulgar suas propostas de mandato. Estranho, não?  Onde está aquele dilema ético que a considera transparente e ausente dos processos políticos dos votos de cabresto? Quem acreditar nisso, infelizmente, é total ignorante de História e com certeza não é praticante do catolicismo. A ICAR sempre apoiou, direto e indiretamente, partidos e candidaturas políticas! Não vamos ser hipócritas.

      Essa interferência, não só pelos católicos, é sobremaneira prejudicial à sociedade. Assuntos, conforme já citados aqui, de interesse científico e global são limitados e restringidos por instituições que se acham no direito de interferir na liberdade do indivíduo e no desenvolvimento da ciência. A religião SEMPRE atrapalhou o progresso do homem, com mentalidades ultrapassadas e medievais, com doutrinas conservadoras e egoístas e com ideologias mirabolantes e contraditórias. 

      Se você, amigo leitor deste blog, tem candidatos decididos pelo seu pastor ou padre - interessados exclusivamente em privilégios políticos e financeiros -, eu tenho uma péssima notícia: VOCÊ FAZ PARTE DO REBANHO!



Rafael Santana.

25 de set. de 2012

Paguem as Zebras!

Olá, senhores.
    
      O assunto agora é sobre a NFL (National Footbal League). Ou melhor, sobre a arbitragem da liga de Futebol Americano.
      Bom, como alguns devem saber, eu sou torcedor do Green Bay Packers, franquia campeã do Super Bowl de 2010. E nessa segunda, como de costume, teve jogo de FA na ESPN, em que os Packers pegaram o Seahawks, no CenturyLink Field, Seattle, WA. A partida foi bastante disputada. As duas defesas trabalharam bastante e o clássico caminhava para uma vitória apertada dos Packers por 12 a 7. Contudo, faltando 8s para o final e com os Seahawks no ataque em busca do Touchdown, o quarterback Russell Wilson lançou a última bola  do jogo em direção à endzone, onde estavam três jogadores dos Packers para interceptar a jogada e garantir a posse bolada, contra Golden Tate - dos Seahawks

Fonte:  http://scores.espn.go.com

      Qualquer pessoa sã e lúcida ou até quem não entende de FA não daria TD. Mas sim! Mesmo após a revisão obrigatória da jogada - que mostrou a intercepção e uma falta cometida -, os dois juízes consideraram Touchdown para o Seattle Seahawks. Absurdo! Vergonhoso! Medíocre!

Fonte:  http://scores.espn.go.com

      A NFL vive um momento conturbado no que se refere à arbitragem. Os juízes das últimas partidas são os reservas, uma vez que a associação de árbitros titulares clama por um novo contrato trabalhista, mas ainda sem sucesso. Se já não bastasse a bagunça, jogo após jogo, os reservas tomam decisões erradas, prolongam o tempo dos jogos e prejudicam as franquias do campeonato com erros absurdos, como este ocorrido contra os Packers. 
      Sinceramente, como fã de Football, telespectador da ESPN e do Esporte Interativo, sinto vergonha alheia pelas polêmicas envolvendo a NFL. Os caras têm uma arrecadação bilionária com contratos de TV, os preços dos ingressos são absurdos, a torcida sempre lota os estádios, a audiência é uma das maiores e ainda ficam com miséria de aceitarem o acordo com os juízes titulares? Em todos os jogos de FA que assisti, eu nunca vi uma cena tão patética e vergonhosa como esse TD para o Seattle Seahawks. 
     Assim a Liga só cai em descrédito com os fãs, com os torcedores e com as próprias franquias. Se eu fosse jogador dos Packers, nem teria voltado a campo para a cobrança do Extra Point depois do Touchdown dos SS. Queremos os juízes titulares urgentemente. Não quero ver bizarrices! Seja com os Packers, seja com qualquer outra franquia em campo, eu quero ver show!

PAGUEM AS ZEBRAS!



Rafael Santana.

24 de set. de 2012

Religião e Ateísmo

Olá, senhores.
       
      Como eu imaginava, o primeiro post deste meu blog não poderia abordar outro assunto senão a religião.   Considerei pertinentes alguns comentários nesta minha publicação no Facebook http://migre.me/aQrui e, portanto, interessei-me em escrever a respeito. De imediato, selecionei dois dos principais a fim de analisá-los um a um e explicar a minha opinião sobre cada ponto. Aqui está o primeiro:


      Bom, vamos por partes ...
  • "Concordo com você quando diz: sou contra a religião, mas discordo quando diz: sou ateu";
Discordo! Da mesma forma que você, caríssima, tem o direito em crer num deus, eu tenho o meu direito de não crer. Ou estou errado? Em momento algum na publicação e nos meus comentários eu dirigi críticas ou questionamentos sobre a possível ou não existência de um deus, bem como não desmereci quem acredita em um; pois sei que, fazendo isso, eu entraria em contradição e desrespeitaria alguém. Minha crítica converge único e exclusivamente ao papel da religião na sociedade, como forma de impor limites, regras, costumes e por extrapolar o perímetro clérigo - no sentido restrito da palavra. Em outro post  falarei dos motivos que me levam a ser um ateu agnóstico, além de uma breve análise filosófica sobre a religião.
  • "Não sigo a religião. Sigo a Cristo" (???)
Como isto é possível? Sua religião é o Cristianismo, certo? E se fosse o Islamismo? Continuaria seguindo a Jesus Cristo e acreditando na Bíblia Sagrada? Acho que Maomé realizaria atentados no Brasil como ele anda fazendo nos países islâmicos e o Alcorão ficariam tristes com você. 
  • "Deus não é religioso e não é culpado dos erros que o homem faz"
Então me explique o sentido de onisciente, onipotente e onipresente. Partindo dessas premissas:
  1. Por que ele nos dá o livre arbítrio para escolher nossas ações, mas o mesmo é onisciente? 
  2. Por que ele não evita as falhas cometidas pelo homem em nome da religião, haja visto que o dele está em jogo? 
  3. Como o homem interpreta as coisas antropomorficamente, personificando-as e as adequando com um teor divino, a fim de encontrar uma razão que os ajudem a suportar os fatos da vida, surge então a imagem de uma entidade superior, salvadora e redentora. Pois bem. 
Você ora, pedindo que consiga ir bem numa prova. Resultado: você obtém êxito. Deus te ajudou.    
Numa viagem, você e seus amigos sofrem um acidente. Todos morrem e só uma pessoa sobrevive. Deus é bom! Realizou um milagre! Graças a Deus!
Você, antes de almoçar/jantar/etc ora para agradecer o alimento. Centenas de milhares de pessoas passam fome na África, nas ruas, entre outros. Deus é sádico ou irresponsável? Vai saber ... 

  •  "Eu sigo a Cristo, alguém muito melhor que eu, por isso faz sentido segui-lo." 

Você percebeu a desigualdade presente nesta frase?
Como eu mesmo já disse, as pessoas precisam de "algo" para sustentá-las e dar força emocional a seus fracassos, decepções e incertezas.  Parafraseando Aristóteles, este Deus simples, humano e cristão, criado pelo antropomorfismo de mente adolescente e dependente, é a figura representativa da metafísica das massas, na qual o ser humano julga-se incapaz de encontrar respostas, de resolver seus problemas pessoas e recorre a deuses, com medo da morte e de perder o contato com as pessoas que o amam. Não desejo converter ninguém ao ateísmo, muito pelo contrário, cada um crê naquilo que lhe satisfaz. EU não preciso de um deus preconceituoso, machista, sádico, oportunista e implorador de misericórdia. Não rejeito a possibilidade de existência de um deus, mas também não creio em um porque meus pais me 'enfiaram dentro da igreja' para receber tudo quanto é tipo de preconceitos e medos da vida. 

      Vivi 17 anos dentro de uma igreja, com cultos todos os dias, e sabe qual a resposta que encontrei sobre a existência de Deus? Nenhuma! Deus finge brincar de pique-esconde conosco, só pode ...
      Deus nunca me deu uma resposta CONCRETA sobre o seu poder e a sua realidade. Eu desafio a qualquer religioso: Dê-me uma demonstração plausível e afastada do sentimentalismo e da psicologia barata por trás de argumentos clérigos de que deus exista. Prove, mas por favor, não me venha com o argumento: "Ah, eu não preciso provar, eu sinto. Você também precisa sentir!". Não, eu não quero esta objeção furada. Emoção não me convence assim.
      Eu olho para o céu e vejo a beleza da natureza. Eu me olho no espelho e vejo um ser, único e absoluto. Por que precisaríamos de um Deus que nos rege e que implora devoção e louvor? Isso não é orgulho demais?

      Aqui vai o segundo:

  • "[...] quanto tu pregas essas ideais anticristãs com tanto fervor você acaba se tornado parecido com a tão maléfica ICAR [...] Parece que está querendo fundar uma outra religião"

Discordo! Quanto eu falo "religião", eu não me refiro somente ao Cristianismo, mas sim a todas religiões. Desde que o ser humano é humano houve a necessidade de criação de uma figura divina, superior e messiânica. Partindo do "panteísmo" pré-histórico, passando pelos politeísmos da Idade do Bronze, o que se pode observar hoje é a sempre e antiga proposital postura da Igreja de ser aliar com o Estado a fim de obter privilégios e manter a concepção de metafísica das massas. 
       Conforme diz "O Tratado sobre Religião e Estado", de Baruch Spinoza, e fundamentando o meu argumento:
 "As escrituras não explicam as coisas pelas suas causas secundárias, apenas as descrevem na ordem e no estilo mais próprios para impelir os homens, sobretudo os ignorantes, à devoção. Seu objetivo não é convencer a razão, mas empolgar a imaginativa. Daí a abundância de milagres e as constantes aparições de Deus. As massas querem que o poder e a providência de Deus sejam mais demonstráveis com o desdobramento de fatos extraordinários, que contrariam a concepção corrente dos fenômenos naturais. Supõem, na realidade, que Deus se conversa inativo enquanto a natureza age da maneira normal; e vice-versa, que o poder da natureza e as causas naturais ficam de lado quando Deus entrar e agir; imaginam pois os dois poderes distintos entre sim."

  • "Concordo com seu texto na parte que devemos usar preservativo. O resto é questão de opinião e fé"
Discordo, sabe por quê? NINGUÉM tem o direito de interferir na liberdade pessoal dos outros, da mesma forma que nem o Estado nem a Religião devem infringir ou limitar a decisão de uma mulher sobre abortar ou não, que é um direito natural da mesma. A maioria é contra o aborto por causa da religião. No Brasil, inúmeros abortos são realizados de forma clandestina por jovens/mulheres impossibilitadas de sustentar um filho ou por motivos pessoais e ninguém faz nada. O número de crianças abandonadas, mendigas e famintas só aumenta nas ruas; assim como aumenta a quantidade de miseráveis em determinadas regiões, o que só faz crescer a taxa de desempregados, analfabetos e dependentes de programas assistencialistas. 

      Proibir o uso de preservativos, o aborto, o estudo sobre células tronco, influenciar questões políticas, entre outros, realmente é questão de opinião e fé e todos devem se conformar e aceitar calados ... OK.



Rafael Santana.

Apresentação e comentários.

Olá, senhores.

      Após mais de um ano longe do meu antigo blog: http://sabedoriasantana.zip.net/, decidi voltar às postagens - já que estou temporariamente parado e com tempo livre -, porém, com um novo título. Seguirei a mesma linha do primeiro, acrescentando temas como Política, Filosofia, livros e filmes, a fim de variar um pouco mais as informações publicadas e de exercitar meu conhecimento de mundo.
     Estou com bons livros de apoio, além do acesso rápido e prático da Internet, redes sociais, TV a cabo, entre outros, sempre com o objetivo de entreter e proporcionar uma leitura agradável e estimulante aos digníssimos visitantes do blog. Todavia, deixo claro que, conforme meu ponto de vista e opinião a respeito de determinados assuntos, principalmente sobre religião e ateísmo, é muito provável que algumas pessoas venham a se ofender com certas publicações. 
     Já quero constar que a minha rixa não é com você, pessoa, mas sim com a instituição que sustenta toda esta máquina de alienação e manipulação social que é a religião. Eu sou ateu, disso muitos sabem. Não condeno e nem tento "converter" quem não seja, pois acho que cada um tem a sua fé, o seu credo, a sua opinião referentes à existência de uma possível divindade. O que abomino e questiono veemente é o papel da religião na sociedade, por isso baterei sempre na tecla a respeito disso no blog. Que fique claro!
     
 Assuntos que serão abordados:

. Religião;
. Esportes;
. Filosofia;
. História;
. Ciência e Tecnologia;
. Livros e suas análises;
. Filmes e suas análises;
. Notícias;
. Variedades.


      Espero que vocês gostem e conto com o apoio de todos, seja compartilhando os posts, seja comentando ou só lendo mesmo. O ideal é todos participarem, debatendo, criticando e tendo diferentes abordagens sobre um único assunto. E vale lembrar: como o próprio nome do blog já diz, minha análise e investigação são informais. É a minha opinião, minha visão de mundo, sou eu. Qualquer reclamação, sugestão, entre outros, mande um e-mail para santana_rafael92@hotmail.com  que terei o enorme prazer em respondê-lo e aperfeiçoar o conteúdo aqui com as devidas críticas.

      Um agradecimento especial à minha mulher, Maria Angélica, que me ajudou a escolher o nome para o blog, fonte inspiradora para todo o meu trabalho a partir de hoje. Eu te amo, meu amor!

     

Rafael Santana.